Muitas vezes, nós, professores que preocupamo-nos com o aprendizado dos alunos para a leitura, compreensão, interpretação, vocabulário, escrita, produção textual e outras competências do aprendizado da língua materna, nos perguntamos onde está a falha, cada vez mais crescente, no aprendizado de Língua Portuguesa. Os menos atualizados logo jogam a culpa nos ombros dos professores das séries anteriores. Os mais atualizados, por conhecerem muitas teorias, tentam aplicá-las uma atrás da outra, para perceber a que dá mais certo. Nem tanto ao mar, nem tanto a terra! Falta o equilíbrio necessário para reavaliar hipóteses infundadas e métodos inovadores. Isso se chama reflexão, palavra que, numa sociedade imediatista e acelerada, está perdendo terreno para o pseudo "empreendedorismo". Daí, direções, coordenações, professores, responsáveis e alunos não estarem falando a mesma língua.A produção textual como propõe o Livro Didático não apresenta interlocutores. Lívia Suassuna (2003), declara que na produção de textos na escola os alunos não se sentem sujeitos de sua linguagem “na medida em que fazem ‘redações’ para um único interlocutor – o professor (...) aquele “inquisitor’ que transforma a interlocução possível numa caça aos erros”, (p 43). Munidos de sua arma, nada secreta, a canetada, saem enlouquecidamente em busca dos erros. Como se fossem alimento deles. Fartam-se deles, passam mal. E entao? Qual é o remédio? Reclamar, resmungar, "queixar-se ao bispo"? Culpar os livros didáticos, os PCNs, os temas tranversais, o PNLD, as leis que regem o ensino, o ministro, a secretária de educação, o ENEM, os vestibulares, os pedagogos, a vó, a mãe, a tia? Culpados. Buscam-se. Procuram-se. Apontam. Demitem. Afrontam. Adoecem. A educação padece.
Embora alguns livros, diga-se os mais recentes, tenham apresentado a noção de produção textual numa perspectiva dialógica e como práticas sociais, na maioria das vezes ainda se evidencia “a prática de uma escrita sem função, destituída de qualquer valor interacional, sem autoria e sem recepção (apenas para exercitar)”, (ANTUNES, 2003, p. 26-27). Há escolas que só valorizam isso. Fazer, repetir, fazer de novo; regurgita-se... Esse aprendizado não tem consistência cidadã. Aliás, deixam de exercer a própria cidadania, se é que sabem o que a palavra significa. Repetem, sem concatenar. Cada vez mais se deseduca, pouco se aprende, quase nada se investe. Produzamos textos. Façamos a língua agir. Ela nos ajudará a descobrir caminhos novos; sem ventos, por favor! Busquemos a brisa!
Introdução
Mãe de 3 filhos (Rodrigo, Philippe e Fernanda), avó (quatro netas: Eduarda, Mirela, Luna e Laura), Supervisora Educacional, Profª aposentada de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira; Pedagoga e Pesquisadora, Graduada em Letras e Pedagogia e Pós-Graduada (Especialista em Língua Portuguesa e Iniciação Teológica); Mestre em Letras e Ciências Humanas. Trabalho muito, estudo bastante, adoro pesquisar, ler boas obras; folhear jornais e revistas, assistir telejornais; viajar, ir ao Shopping, utilizar a Internet. Crio algumas "quadrinhas", gosto de elaborar projetos que não sejam engavetados.
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