Introdução

Mãe de 3 filhos (Rodrigo, Philippe e Fernanda), avó (quatro netas: Eduarda, Mirela, Luna e Laura), Supervisora Educacional, Profª aposentada de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira; Pedagoga e Pesquisadora, Graduada em Letras e Pedagogia e Pós-Graduada (Especialista em Língua Portuguesa e Iniciação Teológica); Mestre em Letras e Ciências Humanas. Trabalho muito, estudo bastante, adoro pesquisar, ler boas obras; folhear jornais e revistas, assistir telejornais; viajar, ir ao Shopping, utilizar a Internet. Crio algumas "quadrinhas", gosto de elaborar projetos que não sejam engavetados.

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sábado, 23 de abril de 2011

Psiquiatra lança livro para combater o bullying

Estranho o fato de atualmente comentarem sobre o Bullying. Ele sempre existiu. Encarnações, apelidos, chacotas (mofa, zombarias, gracejos, sátiras... Como queiram, ou não queiram). Minha avó, em 1923, aos nove anos, quando chegou de Portugal para o Brasil foi vítima dessas humilhações por parte de professores e colegas de classe. Os colegas apelidaram-na de "Galega" e "Portuga" e puxavam as tranças dela. O dia em que minha avó decidiu revidar e bateu com a lousa (era onde escreviam) num dos colegas, mal-educado e covarde, a professora viu e colocou minha avó num quarto escuro, "da caveira", onde havia um esqueleto que, certamente alguém "orquestrava" e, a partir desse episódio, ela tomou um trauma intransponível de escola. Resultado: a assinatura dela, até hoje, é o polegar que, ainda por cima, teve "panariço".

Eu, por não ter tido reconhecimento de pai em meu registro de nascimento e em minha vida, encarnavam-me com o pomposo nome de "bastarda"; por eu ser emotiva, "chora-bananeira"; por meu nome ser "Terezinha" muitos colegas gritavam "terezinha-úú-quem gritarmaisaltovaiganharumbacalhau"! E por aí...
Será a contemporaneidade e seu caos, o resultado de "bullying"através dos séculos? O próprio Jesus Cristo não terá sido vítima de "bullying"?  Não esqueçamos que o povo de Nazaré rejeitou Jesus... Há tantos exemplos... Deixaram Santo Antônio sozinho e ele pregou aos peixes... Não há, inclusive, um ditado que diz: "santo de casa não faz milagres"? Somos rejeitados até mesmo por aqueles que nos são mais próximos. Isso também e "bullying"(?). Por que há pessoas que sentem prazer em infernizar, ferir, magoar, destruir a vida dos outros? Quem pratica "bullying" é um(a) invejoso(a)?


“Manual Antibullying”, de Gustavo Teixeira, oferece formas de tratar um problema cada vez mais discutido no Brasil

Renata Losso, especial para o iG São Paulo | 23/04/2011
Dentro e fora das escolas, os brasileiros estão cada vez mais atentos às causas e consequências do bullying, principalmente pais e educadores preocupados com filhos e alunos. Neste contexto de interesse crescente, o psiquiatra Gustavo Teixeira decidiu escrever o “Manual Antibullying – Para alunos, pais e professores” (Editora BestSeller). Especialista em infância e adolescência, palestrante internacional sobre questões comportamentais dentro das escolas e professor da Universidade Bridgewater, nos Estados Unidos, ele organizou 20 estratégias para lidar com o bullying, perceber os sintomas das vítimas e agressores e resolver de vez o problema. “O bullying é sinônimo de sofrimento para a vítima e é uma violência que deve ser combatida”, defende.

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De acordo com o especialista, o bullying escolar é definido principalmente pela frequência com que a violência física, verbal ou moral atinge uma criança ou adolescente. Por isso, um programa de combate deve se basear na mesma premissa: a continuidade.

Gustavo afirma que as escolas brasileiras ainda não sabem muito bem como prevenir o problema e os casos são cada vez mais comuns em seu consultório, no Rio de Janeiro. “Estudar e conhecer o bullying são fatores essenciais para uma intervenção eficaz”, afirma. Leia entrevista abaixo.

iG: Por que você resolveu fazer este manual?
Gustavo Teixeira:
 As questões que envolvem o bullying sempre me interessaram. Fiquei muito sensibilizado pela dificuldade de encontrar literatura sobre o assunto no Brasil. Com isso, decidi criar um manual completo para resolver o problema no país baseando-me nos programas antibullying usados em escolas ao redor do mundo. Escrevi um programa voltado para a cultura brasileira, para funcionar em qualquer escola: pequena, grande, pública, particular, de grandes centros urbanos, de cidades menores, de ensino tradicional, ensino liberal.

iG: No que se baseia o programa antibullying?
Gustavo Teixeira:
 Primeiramente devemos saber que, para um programa de prevenção dar certo, ele precisa ser contínuo. Atualmente, são comuns nas escolas as palestras únicas, após a descoberta de um caso de bullying, mas isso não adianta nada. O assunto não pode ser tratado como episódico, os conceitos devem ser aplicados diariamente. Pais e educadores precisam ser capacitados de acordo com as estratégias, a começar pelo que chamamos de psicoeducação, que consiste eminformar sobre o bullying: o que é, o que provoca, quais as causas e consequências, o que de ruim pode acontecer. Depois, a coordenação da escola e os educadores devem se dedicar a falar do assunto, pois é algo que afeta a vida de todos e não deve ser deixado de lado. Do lado dos alunos, a escola pode começar usando uma técnica que chamamos de caixa de recados: os estudantes e até mesmo os professores podem colocar denúncias do comportamento, já que muitas vezes o alvo do bullying tem medo de pedir ajuda.

Também deve haver a supervisão do ambiente escolar. Monitorar recreio é um bom começo, por exemplo. Trabalhar o conceito do bullying com os alunos também é importante, falando sempre sobre ética, respeito, moral, sobre as diferenças de cada um. É função da escola e, como os alvos do problema costumam ser mais tímidos e retraídos, motivá-los e fortalecer a autoestima deles se torna essencial. Isto pode ser feito através do esporte, por exemplo: estimular algo em que a criança que é vítima seja boa. Separar os bullies (crianças praticantes do bullying) em classes diferentes é outro passo a ser dado. Eles normalmente agem em bando.



iG: Então é possível combater e prevenir esse problema nas escolas brasileiras?
Gustavo Teixeira:
 A criação de um programa antibullying é o principal. Apenas isso, se feito de forma contínua, já é capaz de eliminar o problema. Não é algo que vai tomar muito tempo e muito dinheiro, nada disso: é possível aplicar um programa de maneira simples e objetiva. E hoje as escolas brasileiras já demonstram interesse, o que representa o primeiro passo. A informação sobre o assunto já existe há muito tempo, mas como o sistema educacional brasileiro é muito precário, demorou a prestarmos atenção.

iG: Você acredita que o bullying vem se tornando mais recorrente e por isso há mais atenção ao problema atualmente?
Gustavo Teixeira: 
Os estudos mostram que, na verdade, o número de casos não está aumentando, eles apenas estão sendo identificados agora. Os educadores brasileiros demoraram muito para entender o que é o bullying. Na Europa e nos Estados Unidos, o conhecimento do problema existe desde a década de 70.

iG: Qual o papel dos pais neste combate contra o bullying?
Gustavo Teixeira:
 Os pais devem, primeiramente, conhecer o problema: saber o que é, entender que é uma forma de violência muito grave e seus filhos podem estar sendo afetados como vítimas ou autores. Se existe uma relação saudável, de conversa, entre pais e filhos, isso já abre as portas. E assim que houver a identificação do comportamento do filho como vítima ou agressor, procurar a ajuda da escola. O casamento entre pais e escola é importante, ambos devem conversar sobre o problema e manter uma relação próxima e saudável.

iG: Como os pais podem perceber que o filho é uma vítima do bullying?
Gustavo Teixeira: 
Se a criança volta da escola para casa com a roupa e o material rasgado, por exemplo, e esse tipo de situação acontece repetidamente. Se ela tem medo de ir para a escola, se recusa a ir, se fica mais ansiosa no momento que antecede a ida, se fica ansiosa com a hora da saída, por receio de ser agredida. Se ela tem poucos amigos, se tem dificuldade para fazer amizade, se não é convidada para festinhas de aniversário, se nunca falou de um melhor amigo ou não traz amiguinhos para casa. Se ela anda muito triste, com queda no rendimento escolar, desejando abandonar os estudos. Há uma série de sinais de alerta que devem ser levados em consideração. Afinal, casos graves de bullying podem levar a criança a sofrer casos graves de depressão e até mesmo a tentar o suicídio.

iG: E no caso do agressor, como os pais podem perceber?
Gustavo Teixeira:
 Se a criança costuma se posicionar de maneira desafiadora, agressiva e de domínio, se há relatos de brigas repetitivas na escola, se ela tem um comportamento mais hostil sobre outras crianças e costuma denegrir a imagem de outras crianças verbalmente, por exemplo. Estes são alguns sinais de alerta (leia outras recomendações para lidar com um filho que pratica bullying).


Foto: ReproduçãoAmpliar
Capa do "Manual Antibullying", de Gustavo Teixeira
iG: Como os pais podem abordar o assunto com os filhos?
Gustavo Teixeira:
 É preciso que realmente haja uma relação próxima, íntima, entre pais e filhos. Sempre conversar abertamente, identificar as causas de aquela criança estar sendo agressiva ou recebendo agressões, e pedir ajuda para a escola. Tentar buscar soluções com a escola para, assim, ambos passarem às crianças que o bullying não deve ser tolerado, que esse tipo de violência não pode existir.

iG: E qual o papel da escola?
Gustavo Teixeira:
 A escola precisa encarar o problema de frente, junto com a família. É um absurdo se a escola disser que as agressões aos alunos não ocorrem lá dentro, por exemplo. Se uma criança é agredida na saída, a difamação que ela sofre vai acontecer dentro do âmbito escolar, e o rendimento dela irá cair. Enquanto ela estiver na sala de aula já estará ansiosa, preocupada, sem prestar atenção aos professores. Então é responsabilidade da escola sim; é responsabilidade de todos, já que o bullying está em todos os lugares. E pais e educadores devem andar juntos neste combate.

iG: Qual a influência da internet nas ocorrências de bullying?
Gustavo Teixeira: 
De acordo com um estudo publicado na revista da Academia Americana de Pediatria em 2006, houve um aumento de 50% nos casos de cyberbullying desde 2001. Então o problema está muito relacionado ao acesso à internet e a páginas de relacionamento, em que perfis podem ser criados para denegrir a imagem de outras crianças e adolescentes, permitindo o anonimato: o autor pode se esconder atrás de uma falsa identidade para agredir.

iG: É possível reverter as consequências do bullying na vida das crianças envolvidas com o problema? Quais são essas consequências?
Gustavo Teixeira: 
As marcas do bullying podem ser para a vida inteira se nada for feito. Por isso a intervenção precoce é necessária: para que os prejuízos não sejam grandes. Se isso não ocorrer, a criança que é agredida pode apresentar sintomas de estresse, insegurança, medo, problemas de autoestima e pode acabar se isolando. Além disso, pode apresentar desinteresse pelos estudos, sofrer reprovação escolar e atingir quadros de ansiedade graves, fobias e depressão, chegando até mesmo a tentar o suicídio. Do lado do agressor, muitos deles podem ter problemas com a justiça, cair na criminalidade, ter problemas com álcool. Além de continuarem sendo agressores durante a faculdade, no ambiente de trabalho. São pessoas com problemas graves de comportamento também, por isso interferir precocemente é a melhor saída. É possível dar a volta por cima.


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Onde ficava a Atlântida? - Superinteressante

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terça-feira, 5 de abril de 2011

Um resumo muito bom


DISCUTINDO
A ESTRUTURA DO TEXTO ARGUMENTATIVO
Maria Teresa Tedesco Vilardo Abreu (UERJ)

De um modo geral, a argumentação é utilizada na língua para justificar ou rejeitar um ponto de vista, com objetivo de expor diferentes visões sobre determinado tema. No entanto, por mais que se reconheça uma orientação argumentativa no discurso humano não se pode confundir com a existência de uma estrutura prototípica dos textos escritos. Por isso, questiona-se a existência, de fato, de uma estrutura prototípica em textos produzidos em fase de escolarização. Para tanto, analisam-se textos produzidos por alunos no final do primeiro segmento do ensino fundamental e de alunos no final do ensino médio, a fim de se cotejar a macroestrutura do texto produzido nestas fases de escolarização e o postulado por estudiosos como Garcia (1987) e Gryner ( 2001) acerca da estrutura de textos argumentativos.
Assim, este trabalho tem como objetivo traçar um quadro analítico da produção de textos ditos argumentativos de diferentes alunos em fase de escolarização, verificando se a escola contribui para o domínio lingüístico textual. Pretende-se reconhecer os traços lingüísticos pertinentes aos recursos utilizados no texto em nível macro estrutural.

Partilho uma crônica

Pessoal, achei essa crônica muito interessante! Partilho aqui com vocês. Dá para fazermos análises bem legais!


A menina que falava internetês


A mãe gostava de acreditar-se moderna. Do figurino à linguagem, esforçava-se para estar sempre up-to-date com as últimas tendências da moda. Seus objetivos eram claros: criar uma imagem de mulher mais jovem e fazer bonito para os filhos, os reis da tecnologia doméstica, que dominavam tudo na casa, dos controles remotos dos aparelhos eletrônicos aos computadores e laptops. Foi o propósito de não perder o bonde da história que levou Wanda a comprar um computador pessoal, assinar um provedor de acesso e começar a navegar pela internet. Nada poderia detê-la rumo à modernidade!
Depois de alguns dias, navegando em seu trabalho, encontrou sua filha pré-adolescente on-line. Não resistiu à tentação e iniciou uma conversa através de um programa de mensagens instantâneas.
— Olá, filha, aqui é a sua mãe, navegando pela internet… Tudo bem com você, querida?
— blz.
— Como? Não entendi, filhinha. Seu teclado está com algum problema nas vogais?
— naum.
— Vejo que não é este o problema, já que você digitou duas vogais agora mesmo! Mas pode ser um defeito nas teclas de acentuação. Por favor, filha, teste o ‘til’.
— q tio?
— Não, não o tio, o til. O til é o irmão do papai, o tio Bruno. O til é aquele acento do não, do anão, da mamãe… Lembra quando a mamãe ensinou a você que o til parecia uma minhoquinha?
— nem
— Nem? Como assim, ‘nem’? Nem no sentido de conjunção coordenativa aditiva como ‘não lembro nem quero lembrar’? Ou seria ‘nem’ como conjunção coordenativa alternativa, como em ‘não me lembro e nem parece uma minhoquinha’?
— ;-(
— Que foi isso, filhota?
— naum quero + tc com vc
— Você… não quer mais tecer comigo?
— teclar
— Assim mamãe fica triste, lindinha. Eu só queria conversar, puxar algum assunto. Mas está difícil. Eu não entendo o que você escreve e você não se interessa pelo que eu digito. Realmente, meu bem, parece que não é possível estabelecer um diálogo com você. Tudo bem, se eu tiver incomodando, eu paro agora mesmo.
— ta
— Antes de ir pra casa eu vou passar no supermercado. O que você quer que eu compre para… para… para vc? É assim que se diz em internetês?
— refri e bisc8
— Refrigerante e biscoito? Biscoito? Filha, francamente, que linguagem é essa? Você estuda no melhor colégio, seu pai paga uma mensalidade altíssima e você escreve assim na internet? Sem vogais, sem acentos, sem completar as palavras, sem usar maiúsculas no início de uma frase, com orações sem nexo e ainda por cima usando números no lugar das sílabas? Isso é inadmissível, Maria Eugênia!
— Xau, mãe, c ta xata.
— Maria Eugênia! Chata é com ch!

— Maria Eugênia?

—Desligou. Bem, pelo menos a tecla til está em ordem.

(Rosana Hermann. In: CAMPOS, C. L. S.; SILVA, N. J. (orgs.) Lições de Gramática para quem gosta de Literatura. 1ª Ed. São Paulo: Panda Books, 2007, p.91-94.)