Introdução

Mãe de 3 filhos (Rodrigo, Philippe e Fernanda), avó (quatro netas: Eduarda, Mirela, Luna e Laura), Supervisora Educacional, Profª aposentada de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira; Pedagoga e Pesquisadora, Graduada em Letras e Pedagogia e Pós-Graduada (Especialista em Língua Portuguesa e Iniciação Teológica); Mestre em Letras e Ciências Humanas. Trabalho muito, estudo bastante, adoro pesquisar, ler boas obras; folhear jornais e revistas, assistir telejornais; viajar, ir ao Shopping, utilizar a Internet. Crio algumas "quadrinhas", gosto de elaborar projetos que não sejam engavetados.

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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

iPad sai do forno. E agora? Como ficará o mercado editorial? O que se tem feito?


O tablet da Apple acaba de chegar às mãos dos consumidores com a promessa de revolucionar o setor de tecnologia e reinventar o mercado de livros

Matéria publicada por Bruno Galo na revista ISTOÉ Dinheiro em 2 de abril de 2010


A espera terminou. No sábado 3, o iPad, equipamento eletrônico da Apple que permite acessar a internet, ver vídeos, ouvir músicas, receber e enviar e-mails, organizar fotos, jogar games e ler livros, chegou aos consumidores nos Estados Unidos. Não houve o mesmo frenesi verificado no lançamento do iPhone, quando os clientes formaram filas intermináveis diante das lojas, mas a Apple tem um novo best-seller nas mãos.

As vendas do tablet de Steve Jobs devem chegar a cinco milhões de aparelhos em 2010, segundo as estimativas mais otimistas. E os exageros já começaram. A revista norte-americana Wired, uma das mais influentes do mundo, estampou uma capa dizendo que o iPad vai mudar o mundo.
Certo, por enquanto, é que o iPad, assim como o Kindle, da Amazon, promete reinventar o setor de editoras de livros. De acordo com a consultoria PricewaterhouseCoopers, o faturamento mundial dos livros impressos deve cair de US$ 72,6 bilhões em 2009 para US$ 71,9 bilhões em 2013. As vendas dos livros digitais (e-books) deverão crescer de US$ 1,1 bilhão para US$ 4,1 bilhões no mesmo período. A expectativa é de que o toque de midas de Jobs possa fazer esse número crescer ainda mais.



"O livro digital e a internet não ameaçam as editoras. Elas estão prestes a viver uma nova era de ouro" 

Juergen Boos, diretor da feira do livro da feira do livro Frankfurt 


No Brasil, as editoras têm certeza que o livro eletrônico veio para ficar. Ainda assim, muitas resistem a abraçar a novidade. Eis um rápido retrato de um mercado dividido. De um lado, a Ediouro e a Zahar apostam que 2010 será o ano do livro eletrônico no País. De outro, muitas, como a Record e a Intrínseca, observam, ainda cautelosas, a inevitável ascensão dos e-books.
“Espero um crescimento forte já no segundo semestre deste ano”, disse à DINHEIRO Newton Neto, diretor da Singular, braço da Ediouro dedicado às novas tecnologias, que promete fechar 2010 com a oferta de dez mil títulos no formato digital. “Esse é um caminho sem volta, mas o momento ainda é de muito incerteza”, pondera.


"Esse é um caminho sem volta" Newton Neto, diretor da Editora Singular
 
O presidente da Record, Sérgio Machado, garante que a adaptação da maior editora brasileira será rápida. “Boa parte do nosso catálogo, que passa de seis mil títulos, já está neste formato.” A divisão das editoras reflete uma incerteza mundial. Mas observem o que diz Juergen Boos, diretor da feira de Frankfurt, o principal evento do mundo para o setor editorial. “O livro eletrônico e a internet são uma grande oportunidade, e não uma ameaça às editoras”, afirmou à DINHEIRO. “Na verdade, as editoras estão prestes a viver uma nova era de ouro.”
Apesar das incertezas, as editoras já estão se preparando. “Desde o ano passado, fomos em busca da atualização dos contratos para os livros digitais”, conta Juliana Cirne, porta-voz da Intrínseca, que tem apenas 50 títulos em seu acervo, mas entre eles os sucessos da série Crepúsculo. A medida faz sentido.
O escritor brasileiro Paulo Coelho, por exemplo, que era detentor dos direitos digitais de seus livros, fechou um contrato de exclusividade com a Amazon pelo qual receberá 37,5% do valor de cada livro vendido, quase quatro vezes mais do que um autor costuma receber quando um título seu é vendido em uma livraria tradicional. Outro risco, para as editoras, está na pirataria. Afinal, o compartilhamento gratuito de livros protegidos com direito autoral na rede já é uma realidade.  Apenas entre agosto do ano passado e janeiro de 2010, a Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR) tirou do ar mais de 15.700 links que permitiam o download ilegal de livros de editoras associadas à entidade. “É como enxugar gelo”, resume Mariana Zahar, diretora-executiva da Zahar.
Até o fim de abril, a editora oferecerá 300 títulos do seu catálogo no formato digital. “Precisamos dar ao consumidor ao menos a opção de comprar o nosso livro da maneira que lhe for mais conveniente.” Assim como o iPod, que revolucionou o mercado de música digital, o iPad chega para balançar as editoras. Quem não se adaptar já sabe o risco que corre. 

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