Introdução

Mãe de 3 filhos (Rodrigo, Philippe e Fernanda), avó (quatro netas: Eduarda, Mirela, Luna e Laura), Supervisora Educacional, Profª aposentada de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira; Pedagoga e Pesquisadora, Graduada em Letras e Pedagogia e Pós-Graduada (Especialista em Língua Portuguesa e Iniciação Teológica); Mestre em Letras e Ciências Humanas. Trabalho muito, estudo bastante, adoro pesquisar, ler boas obras; folhear jornais e revistas, assistir telejornais; viajar, ir ao Shopping, utilizar a Internet. Crio algumas "quadrinhas", gosto de elaborar projetos que não sejam engavetados.

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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

EDUCAÇÃO NA MÍDIA


 
08 de janeiro de 2011

TIRANDO SOM DO LIXO

Professor ganha prêmio nacional destinado a trabalhos de Educação ambiental, após criar projeto que desperta a consciência das crianças sobre a importância da reciclagem

Batucada, consciência ambiental e noções de cidadania. Crianças do 1º ao 4º ano da rede pública do Distrito Federal têm acesso a tudo isso com o projeto Percussucata, criado peloprofessor de ensino fundamental Marcelo Capucci e que, desde 2007, já ensinou mais de 26 mil crianças a trabalhar com reciclagem. Agora, veio o reconhecimento: o Percussucata ganhou o prêmio EcoPET da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), na categoria de melhor projeto de Educação ambiental do país.

A ideia do professor é transformar aquilo que viraria lixo em instrumentos musicais. Capucci leva sua bateria e baquetas feitas por ele mesmo com cabos de vassoura para as Escolas. As crianças levam as garrafas PET. Água, areia e pedras fazem das garrafas novos instrumentos de percussão, cada um com um som diferente.Antes de a “orquestra” ser montada, ele dá uma palestra explicando a importância da coleta seletiva, da reciclagem e, principalmente, do papel que cada um tem como cidadão. Para o diretor do Centro de Referência de Educação Integral do Distrito Federal, Fernando Carvalho, o aproveitamento dessas aulas pelas crianças é total. “As mudanças nos alunos são visíveis, o projeto tem tudo a ver com a filosofia da Educação”, comenta.

O trabalho de Capucci com as crianças concorreu ao prêmio EcoPET em 2010 e foi o vencedor por conseguir unir ação ambiental e Educação básica. O prêmio foi um troféu (feito com PET reciclado) e R$ 2 mil reais em dinheiro. O EcoPET existe há 11 anos e também busca projetos em outras categorias, como reportagem ambiental, arte e moda, desde que estejam relacionados ao plástico. Por trabalhar com todas as fases de produção e descarte, a associação criou o EcoPET para mostrar que é possível utilizar o material com consciência e sem agredir o meio ambiente.

Escola diferente
Para que o Percussucata pudesse se consolidar, era preciso encontrar o espaço físico de uma Escola preparada para atividades complementares. O Centro de Referência de Educação Integral do Distrito Federal da Candangolândia, inaugurado há dois anos, trabalha exatamente com a proposta de oferecer suporte de carga horária a Escolas padrões, com projetos e atividades extras. Os alunos têm aulas de conhecimentos gerais pela manhã nas Escolas regulares e, à tarde, é hora de estudar com diversão. Para Fernando Carvalho, ela é apenas uma “escola diferente”.

O desgaste do espaço físico e o barulho alto, que atrapalhava outras aulas, foram os problemas iniciais do projeto. Mas logo Capucci percebeu o caráter itinerante do Percussucata. A partir daí, o Centro de Referência mantém um contato constante com a Secretaria de Educação do GDF e, de lá, sai a indicação da Escola em que o projeto vai atuar. Isso deu oportunidade para o projeto crescer. Segundo Fernando Carvalho, o sonho agora é fazer com que o Percussucata seja um projeto nacional — perspectiva que ele vê como não muito distante.

O projeto se expandiu a ponto de conseguir um financiamento da Petrobras e, além disso, recebe apoio da Capital Recicláveis, empresa de reciclagem de lixo. Com apoio e boa vontade, Marcelo Capucci sabe que sua boa ideia cresceu. E, dia a dia, constata: “A Escolaproduz mais do que conhecimento, ela também produz cidadania”.

Percussucata contra a dengue
Aproveitando o momento de conscientização ambiental, o professor Marcelo Capucci desenvolve o Percussucata contra a dengue, um projeto que pretende relacionar a preservação do meio ambiente com o combate ao mosquito.

No fim de 2010, a parceria com a Capital Recicláveis trouxe a ideia de combater a dengue recolhendo as garrafas PET que ficavam pelas ruas, servindo como reservatório para reprodução do mosquito, e transformá-las em lixo reciclado. Ano passado, alunos de trêsEscolas do DF foram mobilizados para o recolhimento das garrafas. O incentivo era um prêmio de um aparelho MP4 para o estudante que conseguisse reunir a maior quantidade de garrafas.

“Em cinco dias, conseguimos juntar uma tonelada”, lembra Capucci, entusiasmado com o resultado do projeto. Cerca de 22 mil unidades foram recolhidas. Ao fim dos cinco dias, as garrafas foram vendidas para a Capital Recicláveis, que providenciou, então, a doação do aparelho de MP4. O dinheiro angariado fpo revertodp em doação para creches de São Sebastião.

O professor acredita que a motivação dos alunos foi além do prêmio material, porque as crianças sabiam que o dinheiro seria doado para as creches. “Os alunos se mobilizaram socialmente e começaram a entender o valor da cidadania”, disse Capucci.

A conscientização sobre a importância da limpeza urbana e doméstica mostrou também que pequenas ações são capazes de gerar grandes consequências. Marcelo Capucci acredita que a abrangência do Percussucata contra a dengue foi maior e ensinou aos alunos mais do que qualquer aula convencional conseguiria mostrar.
Fonte: Correio Braziliense (DF)

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