Introdução

Mãe de 3 filhos (Rodrigo, Philippe e Fernanda), avó (quatro netas: Eduarda, Mirela, Luna e Laura), Supervisora Educacional, Profª aposentada de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira; Pedagoga e Pesquisadora, Graduada em Letras e Pedagogia e Pós-Graduada (Especialista em Língua Portuguesa e Iniciação Teológica); Mestre em Letras e Ciências Humanas. Trabalho muito, estudo bastante, adoro pesquisar, ler boas obras; folhear jornais e revistas, assistir telejornais; viajar, ir ao Shopping, utilizar a Internet. Crio algumas "quadrinhas", gosto de elaborar projetos que não sejam engavetados.

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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

DEMOCRACIA: VIVA A DEMOCRACIA! Texto de Vivaldo Lima de Magalhães

Há cerca de dois anos fiz um artigo, publicado no site PARA LER E PENSAR, intitulado "DEMOCRACIA, VIVA A DEMOCRACIA". Vou transcrevê-lo a seguir para você ler e opinar.

DEMOCRACIA: VIVA A DEMOCRACIA!
Texto de Vivaldo Lima de Magalhães

Não há nada mais agradável do que debater um assunto de forma lúdica, saudável, com pessoas inteligentes, de opinião própria e que permitem o diálogo franco, aberto e sem “frescuras”. Essa oportunidade, nestes últimos dias, me tem sido oferecida por minha amiga e comadre Esmeralda. A ela, com meus agradecimentos, respeito e pela sólida amizade desenvolvida ao logo desses 40 anos.

Todos temos o direito de expor livremente nossa opinião. Viva a democracia! Viva a democracia, mas nem sempre ela é praticada como deveria ser. Mas viva a democracia, porque podemos expor nossas ideias, nossas atitudes, nossos projetos. Infelizmente, na política prevalece a mentira, a malandragem e as maracutaias dos que nos representam no congresso nacional e na presidência da República... Esse, com certeza, é o maior problema, que não é exclusivo do nosso país. Obviamente, não devemos generalizar. Há políticos íntegros? Há sim. Uma minoria respeitável, mas sem muito poder de decisão. Por outro lado, o circo político armado ao nosso redor é monumental. Visível nas campanhas eleitorais e instalado por 4, 8 anos, em forma de rodízio, passando de geração a geração. É vergonhoso? É sim. Mudam-se os atores, mas as comédias são as mesmas, interpretadas por um elenco de canastrões e bufões sem talento, que nos agridem e provocam mais sisudez que sorrisos; ira ao invés de aplausos. Complementado por um show de corrupção, animado por hábeis parlamentares, de passado político duvidoso, aparecendo como "salvadores da pátria"; deputados e senadores se defrontam; um verdadeiro festival de disputa de egos. “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade.” Esta máxima, atribuída a Salomão, aponta para uma das fraquezas do ser humano. Tudo isso dá-nos a impressão de que a democracia é inexeqüível. Será?...

“Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? / Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes / Embuçado nos céus?” O desabafo do poeta dos escravos, poderia perfeitamente se encaixar nesse contexto, representando o desespero do povo brasileiro, diante dos desmandos e incompetência de seus governantes. Que fazer para resolver essas questões?... Deixar como está para ver como é que fica, seria a solução?... Existem verdadeiros tratados com receitas prontas para o estabelecimento da paz e da justiça social. Filosofias, religiões, ciências políticas e uma série de “ismos”. Nenhum desses elementos resolveu esta questão crucial em nosso orbe terrestre. E agora, como é que ficamos? Desde criança ouço dizer que a educação é fundamental para a formação moral, social e intelectual do homem. Seria esta a solução? Povo educado é igual a político educado, que é igual a uma nação educada e civilizada (com redundância). Esta seria a solução. Todavia, na verdade, não é a educação que a gente recebe na escola ou nas universidades que irá EDUCAR o homem. Os presídios estão repletos de pessoas com esse tipo de educação. Para os mestres no assunto, a “educação” recebida nas escolas e universidades chama-se instrução e/ou erudição. A educação não pode ser uma atividade social. Para o filósofo Rohden, a educação se reflete na sociedade, mas está radicada no indivíduo. Diz o mestre que o processo educativo não é realizado de fora para dentro, porque só existe auto-educação. Outros não podem educar-me; só podem mostrar-me o caminho pelo qual eu me possa educar.
Temos que admitir que nos falta uma disciplina ética avançada. Rohden diz, ainda, que se o homem não consegue realizar os valores que estão dentro de sua consciência, é porque ignora que é de fato capaz. Não acredita nas suas potencialidades e, geralmente, sucumbe seduzido pelo canto da sereia. Façamos como os bons navegadores, a exemplo de Ulisses: tampe os ouvidos para o canto da sereia, navegando com toda segurança de volta para Ítaca. A culpa não é do Brasil, nem de ninguém. É da falta de evolução superior da humanidade. 

O certo é que o verdadeiro governante não governa pelo que diz. Faz externamente pelo que ele é internamente, orientado pela prática da ética diária. Afirma Rohden que quando o povo começar a perceber essa virtude do governante, não pelo seu fazer demagógico, obedecerá espontaneamente às suas leis e decretos. Não haverá conflitos – enfatizou -, isso transcende qualquer reação violenta dos governados. E o povo, embora governado, tem a sensação de ser ele o próprio governo. Isso funciona como a mais perfeita forma da democracia, gerando mais união do que desunião. Benevolência é mais eficiente do que violência. Foi este o segredo de dois grandes estadistas de nossa história: 

1º "A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo." (Abraham Lincoln). 

2º “Toda violência é sinal de fraqueza - toda benevolência é indício de força”. (Mahatma Gandhi). 

Tudo isso é utopismo, seria a reação da maioria dos amigos ao terminarem de ler este breve texto. Todavia, vale a pena lembrar que o termo Utopia, inventado pelo escritor e advogado Thomas More, no século XVI, “consiste na idéia de idealizar não apenas um lugar, mas uma vida, um futuro, ou qualquer outro tipo de coisa, numa visão fantasiosa e normalmente contrária ao mundo real”. No entanto, para Ernest Bloch não. Na opinião do pensador judeu-alemão falecido em 1977, o uso do termo utopia, apesar de ser o mais corriqueiro e célebre, parece-lhe limitado. É apenas um dos aspectos de como o fenômeno utópico aparece. Por outro lado, segundo Bloch, utopia é uma manifestação intelectual "do pressentimento da esperança", um quadro imaginário e impreciso do porvir, e que ao contrário de manifestar-se como uma inconsequente fabulação, é fato fundamental na construção do futuro. O futuro é promissor.

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