Qualquer material didático pode ser abordado a partir de vários ângulos, servindo
ao bom professor como material ilustrativo para sublinhar um erro, um problema
estético, um conteúdo ideológico. O uso de seu instrumento – o livro didático –
depende, pois, da habilidade e do nível de formação do professor. O ponto
nevrálgico do livro didático na escola é, portanto, o professor. (Freitag et al., 1997,
p. 132).
Um mesmo livro não poderia dar conta da multiplicidade de possíveis contextos situacionais e culturais em que pode ser utilizado. Cabe ao professor, conhecedor desses contextos, adaptar o livro didático aos seus alunos.
Para isso, entretanto, é preciso que o professor seja mais do que um mero instrutor; é preciso que ele seja um profissional reflexivo (Perrenoud, 2002), um intelectual transformador (Giroux, 1997), consciente de seu papel como educador de formar cidadãos. Mas isso requer boa formação profissional e formação continuada, o que nem sempre é fácil no contexto brasileiro, dadas as poucas perspectivas da carreira docente. Por falta de tempo e estímulo, com a necessidade de dar muitas aulas para conseguir uma renda razoável, esse professor não lê, não critica e não reflete. (Professor Doutor Rogério Tílio – UFRJ)
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