Introdução

Mãe de 3 filhos (Rodrigo, Philippe e Fernanda), avó (quatro netas: Eduarda, Mirela, Luna e Laura), Supervisora Educacional, Profª aposentada de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira; Pedagoga e Pesquisadora, Graduada em Letras e Pedagogia e Pós-Graduada (Especialista em Língua Portuguesa e Iniciação Teológica); Mestre em Letras e Ciências Humanas. Trabalho muito, estudo bastante, adoro pesquisar, ler boas obras; folhear jornais e revistas, assistir telejornais; viajar, ir ao Shopping, utilizar a Internet. Crio algumas "quadrinhas", gosto de elaborar projetos que não sejam engavetados.

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Notícias

quarta-feira, 17 de junho de 2009


Professora de redação é...
...uma educadora do pensamento e da interioridade

Escrever é um ato individual e solitário. É o momento em que se fecham as portas do exterior e se abrem as portas do mundo interior para nele o indivíduo mergulhar.

E essa tarefa não é tão simples. As pessoas não estão acostumadas a viver sós com seus pensamentos e sensações. Procura-se de uma forma ou de outra alternativas que favoreçam um contato mais constante com uma realidade física ou social. Recorre-se a situações que conduzam a uma comunicação seja como emissor, seja como receptor. A própria tecnologia de comunicação (televisão, rádio, telefone, cinema, internet) oferece aos indivíduos oportunidades para fugir a uma situação de solidão.

Se o estar só assusta as pessoas, é evidente que o ato da escrita, uma atividade essencialmente solitária, também assusta as pessoas. Ao se colocar diante de uma folha em branco, o indivíduo perde um contato mais estreito com a realidade física e social e embarca só para um vôo em seu universo interior.

Quem não está acostumado a realizar este vôo se perde no emaranhado de suas idéias, pensamentos e sentimentos. O mundo interior está confuso e desorganizado. Não se sabe qual caminho a seguir. Não se sabe o que existe neste mundo tão próximo, mas ao mesmo tempo tão distante.

Mesmo que o objeto da escrita seja um acontecimento, algo relacionado a uma realidade basicamente física, é difícil para o indivíduo escrever. Isso porque a realidade interior somente adquire significado e organização a partir de uma realidade exterior. E o escrever significa reorganizar a realidade exterior sob o prisma da realidade interior.

Dentro desse quadro, fica difícil entender a proposta de uma redação que não seja antecedida de uma preparação adequada. A professora que exige dos alunos uma redação porque eles estavam tendo atitudes indisciplinadas, ou a professora que simplesmente escreve na lousa um tema e, sem qualquer comentário, pede aos alunos que escrevam, essa professora certamente não está oferecendo aos alunos as condições mínimas para o ato da escrita. É evidente que a maioria dos alunos terá sérias dificuldades para escrever. Faltou aquecimento para o ingresso no universo interior. Faltou preparação mínima para um contato inicial com as idéias, os pensamentos e os sentimentos. E o aluno entra cego no seu mundo interior e nada vê. Conseqüentemente, escreverá coisas tão confusas ou superficiais quanto confuso e distante será o seu interior.

Por isso, a professora de Português ou polivalente tem o papel fundamental de ensinar ao aluno o mergulho em sua interioridade e os caminhos do raciocínio.

(in Metodologia do Ensino de Redação, Hermínio Sargentim)

Um comentário:

Carlos Roberto disse...

Professores de redação são os que mais sofrem. Ninguém quer colaborar com eles. Para os outros professores as correções são mamão com açúcar porque eles não esquentam a mufa tanto quanto os professores que têm que corrigir textos!