Introdução

Mãe de 3 filhos (Rodrigo, Philippe e Fernanda), avó (quatro netas: Eduarda, Mirela, Luna e Laura), Supervisora Educacional, Profª aposentada de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira; Pedagoga e Pesquisadora, Graduada em Letras e Pedagogia e Pós-Graduada (Especialista em Língua Portuguesa e Iniciação Teológica); Mestre em Letras e Ciências Humanas. Trabalho muito, estudo bastante, adoro pesquisar, ler boas obras; folhear jornais e revistas, assistir telejornais; viajar, ir ao Shopping, utilizar a Internet. Crio algumas "quadrinhas", gosto de elaborar projetos que não sejam engavetados.

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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Opinião: Pais têm de observar se timidez dos filhos é excessiva

09/12/2010 10h31 - Atualizado em 09/12/2010 10h31


Vida social é uma parte importante de todo e qualquer indivíduo.
Crianças muito tímidas têm de ser estimuladas pelos familiares.

Ana Cássia MaturanoEspecial para o G1, em São Paulo
Ilustração psicóloga(Ilustração: Arte/G1)
Na coluna anterior, comentei sobre a importância dos pais participarem das festas de fim de ano nas escolas das crianças. Se para um adulto este tipo de evento parece ser algo sem importância, para elas é justamente o contrário: as atividades escolares é o que há de principal em suas vidas.
Nessas situações, que expõe bastante os alunos, algumas crianças são bem exibidinhas. Passeiam pelo palco (geralmente é alguma apresentação teatral) como se estivessem no quintal de casa. Fazem graça e acontecimentos fora do script e são levados na brincadeira. Conseguem se divertir com suas próprias atrapalhadas.
Nem todas, porém, se sentem à vontade diante de uma plateia. Apesar de saberem toda a sequência da apresentação, estar na frente das pessoas, para algumas delas, é um tanto sofrido. Mesmo assim participam, apesar do desconforto. Com a maioria funciona desta maneira.
No entanto, para outras crianças, a situação muda de figura. Podem estar bem preparadas em seu papel, mas a hora de aparecer para o público se torna tão angustiante, que caem aos prantos. O sofrimento fica estampado em seus rostos e se negam a participar. Agarram-se aos seus pais, principalmente às mães, como se fossem verdadeiros polvos: pernas e braços se engancham no corpo do adulto. Entre elas, algumas já desistem de antemão: nem participam dos ensaios.
Muitas famílias já preveem o comportamento dos pequenos. Sabem que ele irá chorar e o lembram disso: “Vê se não vai chorar na hora!”. Há pais que se angustiam mais que os filhos. Sofrem porque acham que o pequeno não vai aguentar. E não é que suas previsões estavam certas: o garoto pulou fora na hora.
Às vezes, não sabemos quem é que realmente está sofrendo: o adulto, por achar que o filho não consegue; ou o filho, por ser muito tímido. Em situações assim, muitos não sabem como agir: forçar a criança a participar mesmo contra sua vontade ou simplesmente deixar como está, como se essa fosse uma característica sua?
Timidez não é algo necessariamente ruim. Penso não ser muito sábio uma pessoa chegar em um lugar e simplesmente ir ocupando os espaços. Nem tudo é seguro e ir um pouco devagar em situações novas é, no mínimo, prudente. Pode-se, assim, conhecer a situação.
No entanto, para algumas pessoas, qualquer situação que possa colocá-la um pouco em evidência, como cumprimentar alguém em uma festa, por exemplo, pode ser extremamente doloroso. Algumas tendem até a se isolar das outras – não participam de nada além da rotina já velha conhecida. Costumam temer as situações sociais, quando os fantasmas da rejeição e de uma possível avaliação negativa as rondam.
Vida social
Pessoas com essas características carregam isso desde a infância. Por isso, embora ninguém precise participar de um teatro escolar a contragosto, é importante observar se a criança tem apenas uma resistência ao palco ou se as interações sociais são muito sofridas para ela. Caso ela tenha dificuldades nessa área, é necessário cuidar – além de ser sofrido para a criança, isso não tende a melhorar com o tempo (como muitos pensam).
A vida social é uma parte importante de todo e qualquer indivíduo. O desenvolvimento das habilidades sociais depende da interação dele com seus pares. Quanto mais a pessoa se fecha, mais difíceis se tornam essas situações para ela, quando então passa a se considerar uma pessoa incompetente para isso.
Por isso, ao percebermos uma criança muito tímida, é importante que a ajudemos em situações com os outros que não os familiares. Um bom começo é estimulá-la com palavras que demonstrem confiança em sua capacidade de participar de um grupo, de interagir com outras pessoas ou até de se colocar em evidência (como o teatro). E jamais obrigá-la a fazer algo que não queira.
Diante de uma desistência, como no caso de não querer participar da festa escolar, o melhor é acolhê-la com carinho. Quem sabe até acompanhá-la em uma situação que ela tema. Sempre com o cuidado de os pais não ficarem presos no medo da criança e, assim, desestimulá-la de qualquer participação social.
Se com o passar do tempo e a ajuda da família e da escola (principal meio social onde muitas coisas são observadas e trabalhadas) não houver nenhuma mudança, faz-se necessário procurar ajuda de um profissional da área da psicologia. Vale a pena! Pessoas assim sofrem muito com suas inseguranças e medos.
(Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga)

Quanto você se dedica a aprender mais sobre si mesmo?


FRANCINE LIMA
Arquivo / Época
Francine Lima 
Repórter de ÉPOCA, escreve às quintas-feiras sobre a busca da boa forma física
É tempo de retrospectiva, de balanço. O ano está terminando, e chega o momento de avaliar o que fizemos dele para traçar novas metas para o ano que vem. As suas metas para 2010 foram alcançadas? Todo ano você cumpre com todos os planos que traçou? O que foi que deu errado? Será que as metas estavam mal calculadas ou você fracassou mesmo? Como você lida com essas perguntas? Consegue respondê-las numa boa, sem mágoas contra si mesmo? Duvido. 

Eu confesso que há anos não consigo realizar a maioria das minhas expectativas de ano novo. E desconfio que venho cometendo dois erros fundamentais. Um deles é que eu não sabia traçar metas. Metas envolvem clareza de objetivos, métodos e possibilidades, e nada disso estava muito claro para mim. O outro erro era não me conhecer o suficiente para saber o que eu era capaz de alcançar. 

Em janeiro, enquanto caminhava na praia debaixo de um sol maravilhoso, relaxada e distante do meu cotidiano normal, lancei minhas expectativas para o ano. Na minha imaginação, eu era uma pessoa cheia de novos poderes, conquistados de repente ali mesmo, naquela areia quente, e tinha todos os bons fluidos do universo conspirando a meu favor. Daria tudo certo, era só querer. 

Nada mais enganoso. Ao voltar à realidade, topei com um inimigo inesperado: eu. Os tais planos que eu havia inventado de repente ficaram inviáveis, porque eu não era aquela pessoa tão pronta para fazer tudo certo. Mas por que não? O que meu eu imaginário tinha que meu eu real não tinha? Quem era eu, afinal, e o que era capaz de fazer naquele momento? O que estava faltando para que eu me tornasse quem desejava ser? 

Foi no momento da decepção que decidi que 2010 seria um ano de autoestudo. Os sonhos e as metas teriam de ficar para depois. A prioridade era descobrir o que eu tinha capacidade de conquistar. 

Eu não sabia bem por onde começar. Fui fazendo perguntas por aí, buscando leituras, fazendo anotações que se contradiziam após alguns dias, elaborando teorias nunca definitivas sobre minhas crenças, meus gostos, meu modo de me relacionar. Quanto mais eu me aprofundava na investigação, mais eu me angustiava por não ser capaz de responder com certezas todas as perguntas sobre mim. Tentei obtê-las com pessoas que eu supunha capacitadas para isso, como minha psicóloga na época. Ninguém as tinha. 

Era eu que tinha de me revelar se eu estava suficientemente interessada nas metas ou não, se eu tinha preguiça, se eu tinha garra, se eu tinha autoconfiança para arriscar atitudes novas. Era eu que tinha de diferenciar minhas dúvidas das minhas mentiras. 
Estudar a própria personalidade e as próprias competências me pareceu bem mais complicado do que estudar para uma prova, ou mesmo para o vestibular. A escola nos dá todo o roteiro para tirar as maiores notas em qualquer prova. Basta entender as informações dos livros e das aulas para dar as respostas corretas. No autoestudo, entender os livros não é necessariamente suficiente para entender o que fazer. 

Por que não parou de fumar, como havia se prometido? Por que não voltou para a academia? Por que não emagreceu? Por que não foi promovido? Por que não saiu mais com sua mulher? Por que não aprendeu italiano? Por que não mudou em nada? 

Nossa tendência é dar desculpas e fugir à responsabilidade por nossos fracassos, não é? Não parei de fumar porque estou diminuindo o número de cigarros devagar e vou parar no ano que vem... Não voltei para a academia porque não encontrei a academia ideal... Não fui promovido porque meu chefe é um idiota... 

A gente sempre se diz que o ano que vem será diferente. Não queremos ficar parados no mesmo lugar, queremos evoluir. E só evoluímos se mudamos. E mudar é difícil porque envolve conhecer-se bem e descobrir o que não está funcionando direito dentro de si. 

Tenho a impressão de que precisamos criar mais oportunidades de aprender mais sobre nós mesmos. Ocupamos muito tempo com os afazeres diários e pouco com essa investigação preciosa de quem somos. Ela requer tempo e dedicação. O que não quer dizer que deva ser desagradável ou cansativa. Pode ser até artística. 

Há quem use o teatro justamente para isso: conhecer-se. Eu não piso num palco desde os tempos de escola, mas uso meu espelho para “ensaiar” discussões calorosas que jamais terei. É que, durante o ensaio, percebo o que me tira do sério e corrijo minhas reações, revendo pontos de vista e formas de me expressar. Aí, na hora da discussão real, sou muito mais sensata. Coisa de maluca falar sozinha na frente do espelho? Maluco é quem nunca para para se observar. 

Ok, foi só um exemplo. Diga aí então de que forma você libera suas verdades e procura melhorá-las. Em que momentos você se dedica ao autoestudo? Em que lugares? Com quem? À mesa da cozinha, brigando em família? À mesa de um bar, bebendo com amigos e colegas de trabalho? Durante a corrida, de manhã cedo? Durante as lutas, num tatame ou num ringue? No quarto, escrevendo? Na varanda, lendo? No divã, chorando? E o que tem feito mais diferença para você se melhorar, ano a ano? Conte pra gente.
(Francine Lima escreve às quintas-feiras)

Quase metade dos alunos brasileiros de 15 anos não atinge nível básico de leitura no Pisa

Ana Okada. Em São Paulo.

Apesar de o país ter atingido a média de 412 pontos em leitura no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) 2009 - o que equivale ao nível 2 de proficiência - 49,6% dos 20 mil brasileiros avaliados estão em níveis de proficiência menores. O nível 2 é considerado como básico ou moderado pelo exame.
O objetivo de instrução de leitura definido pelo exame é o de "entendimento, uso, reflexão sobre e interesse por textos escritos, para que se possa obter resultados, para que seja possível desenvolver conhecimentos e potenciais e para participar da sociedade".

Dos 31 países que participaram do Pisa mas não são membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), 18 também atingiram média de proficiência 2. Dos membros da OCDE, somente México, Chile e Turquia também tiveram média em leitura 2. O exame avaliou, ao todo, 470 mil estudantes de 15 anos de 65 países em literatura, matemática e ciências.

As notas dos países foram separadas em 7 conceitos:
 
  • 1b, 1a (baixo);
  • 2 e 3 (moderado);
  • 4 (forte);
  • 5 e 6 (melhores).

Considerando a primeira nota de leitura do país no exame - em 2000 o Brasil obteve 396 - tivemos um avanço de 16 pontos. Ainda assim, dentre os 65 avaliados, estamos na 53º posição. O maior avanço de notas entre as disciplinas avaliadas - leitura, matemática e ciências - ocorreu em matemática, com 52 pontos (foi de 334, em 2000, para 386 em 2009). O crescimento brasileiro na década (33 pontos) foi o terceiro melhor entre os países participantes desde 2000.
Para o membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) Mozart Neves Ramos, é preciso acelerar esses avanços. “O Brasil melhorou, não podemos deixar de reconhecer. Mas essa melhora tem sido lenta. O Brasil foi um dos que mais cresceram na década, mas a gente estava na rabeira”, comparou Ramos, que é também conselheiro do Movimento Todos pela Educação.

O que o estudante do nível 2 sabe
No nível 2, o estudante "começa a demonstrar conhecimentos de leitura que o possibilitam a participar efetivamente e produtivamente da vida". Algumas tarefas deste nível pedem do estudante que localize uma ou mais informações, que talvez devam ser inferidas e talvez devam ser determinadas de acordo com as condições.

Outras tarefas pedem reconhecimento da ideia principal do texto, entendimento de relações ou construção de significado por uma parte limitada do texto, quando a informação não é a mais importante e o leitor precisa fazer pequenas deduções. Tarefas desse nível talvez peçam comparação ou contraste de um aspecto específico do texto.

Tarefas que exijam reflexão pedem que os leitores façam comparação entre diversas conexões entre o texto e o conhecimento exterior, baseado em experiências pessoais. Segundo o Pisa, o aluno que não atingiu esse nível terá dificuldades nas tarefas descritas acima.

O que é o Pisa
O Pisa busca medir o conhecimento e a habilidade em leitura, matemática e ciências de estudantes com 15 anos de idade tanto de países membro da OCDE quanto de países parceiros. Essa é a quarta edição do exame, que é corrigido pela TRI (Teoria de Resposta ao Item). O método é utilizado também na correção do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio): quanto mais distante o resultado ficar da média estipulada, melhor (ou pior) será a nota.

A avaliação já foi aplicada nos anos de 2000, 2003 e 2006. Os dados divulgados hoje foram baseados em avaliações feitas em 2009, com 470 mil estudantes de 65 países. A cada ano é dada uma ênfase para uma disciplina: neste ano, foi a vez de leitura.

Dentre os países membros da OCDE, estão Alemanha, Grécia, Chile, Coreia do Sul, México, Holanda e Polônia, dentre outros. Dentre os países parceiros, estão Argentina, Brasil, China, Peru, Qatar e Sérvia, dentre outros.

 

O que diz o Dr. Flávio Gikovate

Não sei se concordo com a idéia de que os dilemas da psicologia se resolvam com geografia. Ciumentos e controladores podem agir à distância.
Penso que deveríamos ir à busca dos avanços emocionais que nos permitam conviver num mesmo ambiente de forma respeitosa e sem brigas.
É possível que nos segundos casamentos que envolvem filhos dos primeiros as questões práticas se resolvam mais facilmente em duas casas.
Para os jovens, que se propõem a construir juntos um futuro envolvendo filhos e outros projetos práticos, não faz sentido viverem em 2 casas.
A idéia de cada um morar em sua casa foi elaborada por pessoas mais vividas e que tiveram experiências negativas. Não serve para os jovens.
Dormir em quartos separados faz todo o sentido quando os hábitos noturnos não são compatíveis: ouvir roncos não contribui para a felicidade!
Certa vez lí numa revista francesa a seguinte definição: "egoísta é aquele que não satisfaz todas as minhas vontades". Faz sentido!
O mais generoso raramente chama uma outra pessoa de egoísta. A acusação de "egoísta" sai fácil mesmo é da boca dos que agem dessa forma.
Nos relacionamentos, é fácil saber qual é o mais egoísta: é o que mais reclama, quer sempre mais e o que sempre se considera injustiçado.
O individualista não é um egoísta; não pretende levar vantagem. Quer cuidar da própria vida: dá pouco e não pretende receber mais que dá.
Desde 1979 que digo que o generoso também não é tudo isso: é vaidoso, gosta de se sentir amado e superior, quer dominar através da bondade.
O individualismo é uma forma de ser moralmente válida. Todo aquele que dá e recebe na mesma medida é um sujeito que age como um justo.
As mulheres gostam de pensar que elas são as mais românticas e generosas. Não é verdade. É fato que essas propriedades costumam andar juntas

Flávio Gikovate

iPad sai do forno. E agora? Como ficará o mercado editorial? O que se tem feito?


O tablet da Apple acaba de chegar às mãos dos consumidores com a promessa de revolucionar o setor de tecnologia e reinventar o mercado de livros

Matéria publicada por Bruno Galo na revista ISTOÉ Dinheiro em 2 de abril de 2010


A espera terminou. No sábado 3, o iPad, equipamento eletrônico da Apple que permite acessar a internet, ver vídeos, ouvir músicas, receber e enviar e-mails, organizar fotos, jogar games e ler livros, chegou aos consumidores nos Estados Unidos. Não houve o mesmo frenesi verificado no lançamento do iPhone, quando os clientes formaram filas intermináveis diante das lojas, mas a Apple tem um novo best-seller nas mãos.

As vendas do tablet de Steve Jobs devem chegar a cinco milhões de aparelhos em 2010, segundo as estimativas mais otimistas. E os exageros já começaram. A revista norte-americana Wired, uma das mais influentes do mundo, estampou uma capa dizendo que o iPad vai mudar o mundo.
Certo, por enquanto, é que o iPad, assim como o Kindle, da Amazon, promete reinventar o setor de editoras de livros. De acordo com a consultoria PricewaterhouseCoopers, o faturamento mundial dos livros impressos deve cair de US$ 72,6 bilhões em 2009 para US$ 71,9 bilhões em 2013. As vendas dos livros digitais (e-books) deverão crescer de US$ 1,1 bilhão para US$ 4,1 bilhões no mesmo período. A expectativa é de que o toque de midas de Jobs possa fazer esse número crescer ainda mais.



"O livro digital e a internet não ameaçam as editoras. Elas estão prestes a viver uma nova era de ouro" 

Juergen Boos, diretor da feira do livro da feira do livro Frankfurt 


No Brasil, as editoras têm certeza que o livro eletrônico veio para ficar. Ainda assim, muitas resistem a abraçar a novidade. Eis um rápido retrato de um mercado dividido. De um lado, a Ediouro e a Zahar apostam que 2010 será o ano do livro eletrônico no País. De outro, muitas, como a Record e a Intrínseca, observam, ainda cautelosas, a inevitável ascensão dos e-books.
“Espero um crescimento forte já no segundo semestre deste ano”, disse à DINHEIRO Newton Neto, diretor da Singular, braço da Ediouro dedicado às novas tecnologias, que promete fechar 2010 com a oferta de dez mil títulos no formato digital. “Esse é um caminho sem volta, mas o momento ainda é de muito incerteza”, pondera.


"Esse é um caminho sem volta" Newton Neto, diretor da Editora Singular
 
O presidente da Record, Sérgio Machado, garante que a adaptação da maior editora brasileira será rápida. “Boa parte do nosso catálogo, que passa de seis mil títulos, já está neste formato.” A divisão das editoras reflete uma incerteza mundial. Mas observem o que diz Juergen Boos, diretor da feira de Frankfurt, o principal evento do mundo para o setor editorial. “O livro eletrônico e a internet são uma grande oportunidade, e não uma ameaça às editoras”, afirmou à DINHEIRO. “Na verdade, as editoras estão prestes a viver uma nova era de ouro.”
Apesar das incertezas, as editoras já estão se preparando. “Desde o ano passado, fomos em busca da atualização dos contratos para os livros digitais”, conta Juliana Cirne, porta-voz da Intrínseca, que tem apenas 50 títulos em seu acervo, mas entre eles os sucessos da série Crepúsculo. A medida faz sentido.
O escritor brasileiro Paulo Coelho, por exemplo, que era detentor dos direitos digitais de seus livros, fechou um contrato de exclusividade com a Amazon pelo qual receberá 37,5% do valor de cada livro vendido, quase quatro vezes mais do que um autor costuma receber quando um título seu é vendido em uma livraria tradicional. Outro risco, para as editoras, está na pirataria. Afinal, o compartilhamento gratuito de livros protegidos com direito autoral na rede já é uma realidade.  Apenas entre agosto do ano passado e janeiro de 2010, a Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR) tirou do ar mais de 15.700 links que permitiam o download ilegal de livros de editoras associadas à entidade. “É como enxugar gelo”, resume Mariana Zahar, diretora-executiva da Zahar.
Até o fim de abril, a editora oferecerá 300 títulos do seu catálogo no formato digital. “Precisamos dar ao consumidor ao menos a opção de comprar o nosso livro da maneira que lhe for mais conveniente.” Assim como o iPod, que revolucionou o mercado de música digital, o iPad chega para balançar as editoras. Quem não se adaptar já sabe o risco que corre. 

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A função social do "puxa-saco"

http://malvados.files.wordpress.com/2010/12/puxadahmer1.jpg

Conselheiros de educação farão curso a distância sobre controle social

Conselheiros de educação farão curso a distância sobre controle social

Para ser a potência que sonhamos, foco deve ser educação

RANKING DE ESCOLARIDADE


O Brasil ficou em 53º lugar, em uma lista de 65 países, no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Mesmo melhorando em relação a ele mesmo, está tão atrasado que não consegue passar os outros países. É um número horroroso. Chile e Uruguai sempre foram destaques na América Latina em escolaridade e investimento em educação, mas o Brasil está muito atrás.
Com esse ranking da educação brasileira, não seremos a potência que sonhamos ser, não tem jeito. Hoje, esse é o maior desafio econômico, temos de avançar.
O Brasil já cometeu muitos erros nessa área. É uma tarefa de todos nós, o grande desafio do século XXI. Ou avançamos em educação ou perdemos o projeto de país.

Desenho Aquarela do Brasil

É possível o Brasil crescer sem educar?


Se 20% da população com menos de 15 anos é analfabeta funcional, o pais corre sério risco de se tornar “uma potência de semiletrados”
Publicado em 11/09/2010 | BRENO BALDRATI
Pesquisas internacionais indicam, consistentemente, que de todos os fatores que influenciam o desempenho da educação, o mais importante para o futuro de uma criança é a formação dos pais. Se os meninos e as meninas de ho­­je não se tornarem pais educados – e os dados disponíveis mostram que a situação vai muito mal – o Brasil está fadado a continuar a dormir o sono dos gigantes.
Muito se falou sobre o crescimento econômico do país no go­­verno Lula, mas tudo indica que, por enquanto, o Brasil caminha para ser uma “potência de semiletrados”, nas palavras do economista Gustavo Ioschpe.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada na última quarta-feira, mostra que um em cada cinco brasileiros de 15 anos ou mais (20,3% do total) é analfabeto funcional – com menos de quatro anos de estudo.
No último teste do Pisa (sigla, em inglês, para Programa Internacional de Avaliação de Alunos), feito pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), os brasileiros ficaram na rabeira. Em matemática, o país ficou na 53.ª posição, entre 57 países. Em leitura, em 48.º, e em ciência, na 52.ª posição.
Desde que universalizou o acesso ao ensino fundamental, o país sofre para conseguir melhorar aqualidade da educação. Um ano na quarta série no Brasil ainda é bastante diferente de um ano na mesma série nos Estados Unidos, por exemplo.
De acordo com o teste do Pisa, um brasileiro de 15 anos tem a mesma habilidade de leitura que um finlandês de 9 anos. A comparação pode parecer injusta, porque a Finlândia é uma das primeiras no ranking, mas o Brasil também está atrás de outros países em desenvolvimento, como China, Chile, Uruguai e México.
Economistas já se debruçaram sobre a relação entre educação e desenvolvimento. Que ela existe, não há dúvida, mas em que medida elas são interdependentes? O cenário ideal indica que as duas forças se reforçam mutuamente.
Mais rico, um país pode gastar mais em educação e ficar ainda mais rico. Mas, se ao crescer economicamente, o país não investir na formação de sua população, seu desenvolvimento será limitado e insustentável, tendendo a regredir.
E o que o Brasil precisa fazer para melhorar a qualidade do seu sistema educacional? O que ninguém discute é que, se há que se priorizar algo por conta de restrições orçamentárias, o melhor é focar na educação dos primeiros anos. A fase inicial é determinante, porque é nela que a criança desenvolve as habilidades cognitivas e emocionais. Aprender quando mais velho é possível, claro, mas complicado. Muito do futuro de um estudante está ligado ao começo de sua vida escolar.
Nesse sentido, o Brasil investe muito mal. Um aluno do ensino superior recebe dos cofres públicos um investimento dez vezes maior do que o recebido pelo aluno do ensino fundamental. A julgar pelo perfil econômico dos alunos das universidades públicas, boa parte dos quais egressos do sistema particular de ensino, há uma alocação equivocada de recursos por parte do Estado ao longo do sistema educacional, o que acaba por gerar a distorção bem conhecida: quem fez oensino fundamental na escola pública tem menos chance de ingressar nas universidades federais e estaduais.
Outro ponto fundamental é melhorar a qualificação dos professores. Uma maneira de conseguir isso é criar incentivos para que os próprios professores se interessem em buscar qualificação. A política de atrelar incentivos e bonificações àqueles que conseguem os melhores resultados pode ser um caminho.
Nos Estados Unidos, todos os estados dispõem de algum tipo de política que valoriza o professor por seu desempenho.
Mas esse tipo de política só faz sentido quando a escola tem os recursos mínimos para desempenhar seu papel. Se as crianças estão indo para a escola mal-alimentadas ou doentes, é claro que elas terão mais dificuldades. Se o quadro negro e as carteiras estão quebrados, a atenção do aluno se dispersa.
Três políticas
Eric Hanushek e Ludger Wößmann, economistas do Banco Mundial, estudam há anos a relação entre desenvolvimento e educação. Numa pesquisa intitulada “O Papel da Educação de Qualidadeno Desenvolvimento”, de 2007, eles sugerem três caminhos para a melhora do sistema educacional.
“A chave pode estar nos incentivos – incentivos que levem à gestão focada na performance do aluno e que promova escolas com professores de alta qualidade. Para isso, três políticas vêm à frente: a promoção de maior concorrência, de modo que a demanda dos pais crie fortes incentivos para as escolas; autonomia na to­­mada de decisão local, para que as escolas e seus diretores to­­mem ações para promover o aproveitamento do aluno; e um sistema que identifique o bom desempenho das escolas e conduza a re­­com­­pensas baseadas nesses desempenhos”, diz a pesquisa.